sexta-feira, 22 de julho de 2011

Vinte e trá lá lá

E foi nesse sexta-feira, olhando para seus sorrisos e palavras entusiasmadas que mergulhei no fundo em meus pensamentos, lembrando que há não muito tempo pensávamos sobre a profissão que gostaríamos de seguir. Ficávamos por horas lendo livros (desses que falam sobre as profissões) e sonhando em ser jornalistas, arquitetos, dançarinos, atores, oceanografistas, astronaltas (como alguém pode pensar em algo desse tipo?), apresentadores, médicos, veterinários, advogados e muitas outras profissões das quais eu não me lembro agora. Mas independente da escolha, tínhamos um objetivo claro a todos: todos gostaríamos de fazer uma faculdade. Para nós, era muito mais que fazer um curso superior, era dar uma chance a mais aos nossos sonhos, às nossas vontades de mudar, de crescer. Alguns entraram primeiro, outros mais tarde, outros ainda estão tentado, mas o importante é que estamos em busca de nossos ideais. Alguns se decepcionaram com a escolha, outros não se veem fazendo outra coisa, outros nem decidiram, mas assim vamos levando.

Ficamos felizes quando ganhamos o primeiro computador (grande sonho de consumo) e quando acessamos a internet (aquela discada ruim prá caramba) pela primeira vez. Usamos roupa do Piu-piu e tênnis de surfista, dançávamos na "boquinha da garrafa" e "segura o tchan" sem ter idéia do que essas músicas realmente queriam dizer, acompanhamos a chegada da Britney Spears, o Back Street Boys e as Spice Girls.
Hoje, sonhamos com coisas maiores, sonhamos em morar fora do país, em ganhar melhor, em comprar nosso carro, nossa casa. Sonhamos também em nos achar emocionalmente, em ter alguém pra dividir os sonhos, em ser feliz e fazer feliz. Há até aqueles que já estão pensando em se casar.
Meu Deus, como o tempo passa! Meus amigos estão pensando em se casar. Outro dia, fomos supreendidos (e isso inclui também os solteiros) falando em como gostaríamos que fosse nosso casamento, nossa casa, nosso cachorro, e – pasmem – nossas panelas, pratos, copos e coisas que nunca imaginávamos pensar na vida. São esses momentos que nos fazem parar e ver que agora somos “grandes”, somos “gente grande”, que nossos sonhos e vontades da infância se acabaram, que agora podemos começar (e já começamos) a trilhar um caminho que antes parecia muito distante. Nossas vontades, nossos desejos agora juntam-se aos nossos vinte e trá lá lá anos de idade e percebemos que as coisas não estão nem perto do que achávamos que elas estariam quando tivéssemos essa idade (que nos parecia tão distante).
Continuamos com as palhaçadas e falando as mesmas besteiras de ontem, continuamos tendo sonho de príncipes e princesas, mas agora somos responsáveis pelos nossos atos e estamos até aptos a amar de verdade. Amar pra valer. Nós continuamos chorando quando dá medo, continuamos na dúvida do que fazer, mas não pedimos mais colo, respiramos fundo e vamos, caímos de cabeça nas nossas escolhas como se estivéssemos pulando de um trampolim que nos desafia a ter um salto bom ou não.
Entre sonhos realizados, destruídos, reconstruídos e guardados o importante é que estamos sempre juntos, estamos trilhando juntos cada pedaço do caminho que a vida proporciona. Estamos sempre aqui um para o outro, para rir das besteiras e conversar sério também, estamos aqui para dar o ombro ou dar um chacoalhão, estamos aqui até pra servir de cupido quando necessário. Estamos aqui, sempre, uns para os outros, e estaremos pelos próximos vinte, trinta ou quanrenta e trá lá lá. Estamos aqui, por que nos amamos.
Você sabia que amigos também dizem “Eu te amo”? Pois é, eu amo vocês e todas as histórias que passamos e passaremos juntos. Amo as nossas conversas, as nossas besteiras e as nossas bebedeiras. Amo as nossas neuras, mas principalmente, amo amar a companhia de vocês.

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