segunda-feira, 2 de maio de 2011

Labirinto 29 de Abril

Nunca tive dúvidas sobre o ódio. Há quem diga que ele e o amor andam de mãos dadas, há quem diga que ódio é o amor adoecido. Eu não sei quais dessas teorias podem vir a ser verdade, mas o que eu sei é que o ódio é certeiro, ele vai direto ao alvo, sem rodeios, é uma flecha. Você nunca tem dúvidas quando sente ódio de algo ou alguém: você sai de perto, não troca palavra, ignora atitudes, não tem medo de falar e deixar claro o que sente e no fundo até deseja que morra, mas se ama as coisas não são tão claras assim.
Quando o amor bate à sua porta ele vem primeiro cheio de dúvidas, de implicâncias, te enchendo de perguntas do dedão do pé até o último fio de cabelo, você passa a ter medo de não ser correspondido, pensa um milhão de vezes antes de agir, escolhe palavras a dedo. Algumas vezes (quase todas) o amor vem acompanhado de dor, de lágrimas, arrependimentos e ainda assim tem vontade de ficar. Ficar perto, ficar dentro. Vontade de dormir abraçado, de compartilhar idéias, de sorrir. Você se sente bem ao lado daquela pessoa, vocês riem e se divertem muito quando estão juntos, mas isso pode não ser amor também - quem pode garantir? Isso é complicado demais... 
Outras vezes o amor pode vir como a calmaria de um pôr-do-sol - acontecendo pouco a pouco. Amor a primeira vista (quem nunca ouviu falar?). Amor que nasce no dia a dia. Amor que vem do nada. Você vai se acostumando com aquela presença, com aquela voz, vai se adaptando com cada detalhe porque, agora, é como se o modo como ele anda pela casa, o jeito dela de ajeitar as coisas, a forma como seus pensamentos se completam, tudo isso sempre tivesse sido parte de vocês. Sua barriga gela quando toca o telefone ou a campanhia. O amor tem nuances diferentes, pode ser tempestade ou calmaria, preto ou branco, oito ou oitenta, mas nunca deixa de ser amor. O grande problema é conseguir identificá-lo, assumi-lo, deixar-se incorporar a ele. Talvez em alguma briga você perceba que não é amor, que não vale tanto a pena assim, talvez sinta que ainda assim é amor de verdade. Talvez você se arrependa de abrir mão - porque amar também é desistir. Talvez sinta-se feliz por isso. Talvez no meio do caminho você encontre alguém que te faça sentir ainda mais vivo e tenha dúvidas e/ou medo de tentar novamente. Talvez aconteça muitas coisas das quais você jamais imaginaria, mas você tentou e sabe o quanto isso te custo. Pelo menos você tentou - não só pra você mas para a outra pessoa - acreditar e entender o amor. Quer prova maior que essa?
O amor não é uma linha reta e certeira, é um caminho cheio de curvas. É aprender as maiores lições de vida
Se você pular, eu pulo - quase isso.
Vale a pena.

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